Informações gerais

Com este projeto pretende-se mostrar que a valorização daquilo que atualmente é considerado um “resíduo” pode contribuir para uma melhoria significativa tanto das receitas económicas dos empresários agrícolas como da sustentabilidade ambiental das suas produções. De facto, se geridos e inseridos numa cadeia de valor adequada, os resíduos agrícolas, quer sejam 1) deorigem orgânica - provenientes de podas, de animais (efluentes pecuários), sub-produtos agroindustriais, etc. - ou 2) de origem não orgânica - como os plásticos utilizados para proteção de culturas (mulching, túneis, estufas, etc.), tubos de rega, recipientes de produtos químicos, etc. - podem revelar-se como um novo Recurso a ser valorizado num contexto de economia circular.

 

Estes materiais, que não podem ser geridos como resíduos domésticos, necessitam de soluções adequadas para a gestão do fim de vida, de modo a reduzir o seu impacto ambiental. Embora o agricultor seja o responsável pela gestão do fim de vida útil de um resíduo, este não tem capacidade de o fazer sozinho. Deste modo, o agricultor desempenha um papel importante na reciclagem, através da preparação dos resíduos na exploração e da sua participação no esquema de recolha. Os agricultores, bem como outros "stakeholders" envolvidos na cadeia de valor devem ter conhecimento de soluções baseadas em boas práticas e técnicas referenciadas bem como de sistemas de recolha adequados a uma gestão sustentável de materiais em fim de vida favorecendo a redução da pegada de carbono. É evidente a importância de ter uma formação específica e especializada para o setor agrícola, o que atualmente não existe em toda a Europa.

O que se pretende alcançar?

Com este projeto pretende-se contribuir para o desenvolvimento dos ecossistemas regionais, acrescentando valor para a economia através do conhecimento que se espera adquirir recorrendo a uma abordagem de Quadrúpla-Hélice que envolve instituições públicas (ministérios/agências regionais/locais), centros de investigação, institutos de formação profissional, agentes do setor privado (associações de agricultores, empresas de reciclagem, etc.) e a sociedade civil (ONG's, associações sem fins lucrativos, etc.). Com este projeto pretende-se também modelar/desenhar, validar e implementar “Laboratórios Rurais” nos quais os agricultores e outros "stakeholders" terão a oportunidade de frequentar ações de formação preparadas por especialistas de algumas das mais importantes universidades da Europa Mediterrânica que actuam na área da gestão de resíduos. Nestes "Laboratórios Rurais", serão explorados novos modelos de formação, que incluem uma componente presencial e uma virtual implementando novas ferramentas de TIC (por exemplo, tutoriais). Estes tutoriais destinam-se a alargar o alcance desta formação para além dos países participantes no projeto, chegando ao resto da Europa.